sexta-feira, 11 de março de 2011

O que é ser totó. Exemplo 2


Comboio, avião, táxi, hotéis, aeroporto, malas, escovas de dentes, meias e cuecas. As últimas semanas têm sido diabólicas em termos de trabalho. As coisas correm bem a caminho de correrem ainda melhor, mas tenho andado de um lado para o outro, e quando não estou em trânsito estou amarrada ao PC em pesquisa e a trabalhar nos projectos que nos últimos tempos tenho entre mãos. Os momentos nos comboios têm sido os mais agradáveis ultimamente e deixam-me tempo para relaxar e voar. “Voa Violeta borboleta” dizia-me um amigo meu sempre que se despedia de mim.

Hoje encostei a cabeça à janela e adormeci no comboio. Adormeci profundamente, porque tenho dormido poucas horas. Ia em direcção a casa (com aquela sensação de “missão cumprida”) e sonhei.

E lá vou eu voltar ao mesmo (assunto).

Sonhei com o Miguel. O Miguel é o giro do Centro Comercial. O que me escreve mails todas as semanas de assuntos triviais. O que fica a falar comigo 5 horas seguidas, de dia ou de noite, quando estamos sozinhos, o que me pede opiniões sobre questões importantes, o que me fala intimamente... aquele que é meu amigo e amigo do meu marido e que até frequenta a casa.

Sonho com ele algumas vezes e quase sempre o sonho tem alguma carga erótica, sem ser sexual: um roçar de peles, um beijo roubado ou uma confidência. Até já sonhei que me levava a conhecer os pais (ridículo)! Foi estranho desta vez: sonhei que se declarava a mim e que eu ficava muito desiludida por ele o fazer. Quase ofendida e indignada (tendo em conta haver outras pessoas envolvidas), mas ao mesmo tempo contente.

Os sonhos perturbam-me e sempre tive muitos pesadelos. Mas nunca lhes consigo dar uma explicação lógica. 

Este fim-de-semana fui jantar com alguns amigos. Éramos muitos. Foi muito agradável e estava lá o Miguel. Eu sei que nem tudo tem que ter uma explicação lógica e às vezes a explicação costuma ser bem mais simples que as deambulações que criamos à volta do assunto, mas ignorou-me toda a noite: durante o jantar, quando saímos para beber café e depois um copo. Também não fiz um esforço de falar, mas sinto-o completamente fechado em copas. Por um lado, quando estamos sozinhos ou por mail, partilhamos uma grande intimidade e depois pessoalmente, quando estão mais pessoas existe uma tensão desconfortável. Não sei se sou eu, mas chateia-me a situação. 

Violeta

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